03 de NOVEMBRO
Tecer uma cena em que teus dedos entrelaçam os meus enquanto nossos pés correm depressa muito depressa e firmes sem cambalear correm em frente em círculos em direção ao mar correm descompassados. No mesmo ritmo. Correm no branco azul no amarelo laranja e depois no breu em direção a um novo branco azul prestes a amarelar como o tempo físico real que existe assim como os pés que tocam o chão o tempo físico como o rasgo sentido em ti e então o tempo em mim. Te costuro em vermelho, uma nova cor. Teus pés que agora são meus e sigo.
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Obra de Mira Schendel, registrada na exposição "Esperar que a letra se forme" do Instituto Tomie Ohtake. São Paulo, 2024.